Etiologia
A etiologia do pioderma gangrenoso é desconhecida, pode estar associada a várias doenças sistêmicas, incluindo doença inflamatória intestinal, artrite reumatoide, cânceres e doenças hematológicas
É considerado resposta imunitária anormal e exacerbada
.A maioria dos pacientes tem 25 a 55 anos.
Fisiopatologia
A fisiopatologia do pioderma gangrenoso é pouco conhecida, mas pode envolver problemas com a quimiotaxia dos neutrófilos. Interleucina-8 é superexpressa nas lesões. As ulcerações pode aparecer após trauma ou lesão na pele em cerca de 30% dos pacientes, como após um procedimento cirúrgico.
Sinais e sintomas
Mais frequentemente, começa como uma pápula eritematosa inflamatória, pústula ou nódulo.
Em casos após cirurgia, pode se apresentar como um deiscência pós operatória, de dificil fechamento, com o diagnóstico diferecnial de infecção cutânea.
Sintomas sistêmicos como febre e mal-estar são comuns. As ulcerações podem coalescer formando grandes úlceras.
Diagnóstico
Avaliação clínica
O diagnóstico do pioderma gangrenoso é clínico e é um diagnóstico de exclusão após outras causas de ulceração terem sido descartadas. A expansão da ulceração após desbridamento cirúrgico sugere fortemente pioderma gangrenoso. As biópsias da pele não são diagnósticas, mas devem ser realizadas na borda das lesões e em 40% dos casos há vasculite com neutrófilos e fibrina nos vasos superficiais.
Deve-se monitorar os pacientes com pioderma gangrenoso bolhoso (atípico) com avaliação clínica periódica e hemograma completo para determinar se há desenvolvimento de doença hematológica.
Tratamento
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Cuidados com ferimentos
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Corticoides
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Inibidores do fator de necrose tumoral (FNT)-alfa
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Algumas vezes outros imunossupressores ou anti-inflamatórios
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Evitar o desbridamento cirúrgico devido a possível progressão da doença
Pode-se promover a cicatrização das feridas com curativos oclusivos de retenção de umidade para placas menos exsudativas e curativos absorventes para placas altamente exsudativas. Curativos biológicos e outros curativos especializados podem ser necessários nos casos refratários. Curativos úmido-seco devem ser evitados. Tratamento tópico com corticoides de alta potência ou tacrolimo pode ajudar nas lesões superficiais e precoces.
Para manifestações mais graves, prednisona, 60 a 80 mg por via oral uma vez ao dia é uma terapia de primeira linha comum. Inibidores do FNT-alfa (p. ex., infliximabe, adalimumabe, etanercepte) são eficazes, particularmente em pacientes com doença inflamatória intestinal. Ciclosporina, 3 mg/kg, por via oral uma vez ao dia também é bastante eficaz, particularmente na doença rapidamente progressiva. Também foram utilizados com sucesso dapsona, azatioprina, ciclotosfamida, clofazimina, talidomida e micofenolato de mofetila. Agentes antimicrobianos como a minociclina também foram utilizados para o pioderma gangrenoso vegetativo (superficial).
São evitados os tratamentos cirúrgicos em vista do risco de extensão da ferida (1).
Referência:
1. Alavi A, French LE, Davis MD, et al: Pyoderma gangrenosum: An update on pathophysiology, diagnosis and treatment. Am J Clin Dermatol 18(3):355–372, 2017. doi: 10.1007/s40257-017-0251-7
- https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-dermatol%C3%B3gicos/hipersensibilidade-e-doen%C3%A7as-cut%C3%A2neas-reativas/pioderma-gangrenoso