Artigo escrito com auxílio do ChatGPT-4 e revisado por Dr. Fernando Amato
O lipedema é uma doença crônica que afeta principalmente mulheres e se caracteriza pelo acúmulo anormal de gordura subcutânea, especialmente nos membros inferiores e, em alguns casos, superiores. Apesar de sua prevalência significativa, variando entre 10% e 20%, o lipedema é frequentemente subdiagnosticado ou confundido com outras condições, como linfedema ou obesidade. Neste artigo, exploraremos as causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento para o lipedema, com o objetivo de aumentar a conscientização e fornecer informações úteis para pacientes e profissionais de saúde.
🔍 Diagnóstico Diferencial: Diferenciar o lipedema de outras condições como linfedema e obesidade é crucial para um tratamento eficaz.
💡 Tratamentos Disponíveis: O tratamento pode incluir terapia descongestiva, exercícios físicos e, em casos avançados, lipoaspiração.
📊 Incidência e Prevalência: Estudos mostram que mais de 10% das mulheres podem ter algum grau de lipedema.
🧬 Fatores Genéticos e Hormonais: Fatores genéticos e mudanças hormonais, como gravidez e menopausa, podem influenciar o desenvolvimento do lipedema.
🚶♀️ Importância do Diagnóstico Precoce: Diagnosticar e tratar o lipedema precocemente pode prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.
O que é Lipedema?
O lipedema é uma doença do tecido conjuntivo frouxo, caracterizada pelo acúmulo desproporcional de tecido adiposo nos membros, geralmente poupando as mãos, pés e tronco. Essa condição afeta quase exclusivamente as mulheres e se manifesta principalmente nas extremidades inferiores, embora também possa afetar os braços em alguns casos. Foi descrito pela primeira vez por Allen e Hines em 1940 e ainda é uma condição desafiadora de diagnosticar e tratar devido à sua apresentação heterogênea e falta de critérios diagnósticos claros.
Causas e Fatores de Risco
Genéticos
A predisposição genética desempenha um papel significativo no desenvolvimento do lipedema. Estudos mostram que até 73% dos pacientes relatam uma história familiar de “pernas grandes”, sugerindo um padrão de herança autossômico dominante com penetrância incompleta. As parentes mais frequentemente afetadas incluem avós, mães, tias e irmãs.
Hormonais
O lipedema pode se manifestar ou agravar durante mudanças hormonais significativas, como a puberdade, gravidez ou menopausa. Esses períodos sugerem uma etiologia relacionada ao estrogênio, onde há uma alteração na distribuição dos receptores de estrogênio nas áreas afetadas do corpo.
Tecido Conjuntivo Frouxo
O tecido lipedematoso possui uma matriz extracelular aumentada, onde proteoglicanos retêm sódio e água, contribuindo para a formação de edema no tecido adiposo. Essa característica foi demonstrada em estudos histopatológicos de biópsias e aspirados de lipoaspiração de pacientes com lipedema.
Vasos Linfáticos
O acúmulo de fluido linfático no interstício estimula o crescimento de adipócitos, causando hipóxia por compressão capilar. Isso resulta em morte celular dos adipócitos e recrutamento de macrófagos, gerando inflamação e fibrose. Esse ciclo vicioso agrava o crescimento dos adipócitos e piora a condição.
Sintomas e Diagnóstico
Os principais sintomas do lipedema incluem dor, sensibilidade ao toque, fácil formação de hematomas e edema que não responde à elevação dos membros ou perda de peso. A doença geralmente se manifesta de forma bilateral e simétrica, poupando as mãos e os pés. Wold Hines e Allen, em 1951. propuseram critérios diagnósticos que incluem:
- Ocorrência quase exclusiva em mulheres
- Natureza bilateral e simétrica
- Edema mínimo com pressão
- Dor, sensibilidade e formação fácil de hematomas
- Inchaço persistente dos membros inferiores apesar da elevação ou perda de peso
Diagnóstico Diferencial
Diferenciar o lipedema de outras condições é crucial. As principais condições que podem ser confundidas com lipedema incluem:
- Lipohipertrofia: Aumento simétrico do tecido adiposo subcutâneo, sem edema ou dor.
- Linfedema: Assimetrias, fluxo linfático diminuído e sinal positivo de Kaposi-Stemmer (incapacidade de pinçar uma prega de pele na base do segundo dedo do pé).
- Doença venosa crônica: Doença venosa crônica, com testes de função venosa patológica, edema com melhora dos sintomas com elevação das pernas e mudanças de pele típicas.
- Obesidade: Aumento de volume no tronco, peso elevado, índice de massa corporal (IMC) > 30 kg/m², geralmente sem desproporção óbvia, edema ou dor.
- Doença de Dercum: Caracterizada por lipomas dolorosos, sem edema.
Exames de Imagem
Ultrassonografia
A ultrassonografia pode ser útil para diferenciar o lipedema de outras condições, como a insuviciência venosa crônica, mostrando um aumento da espessura do tecido subcutâneo sem alterações na espessura dérmica.
Linfocintilografia
Útil para excluir disfunções linfáticas claras, a linfocintilografia pode mostrar um padrão anormal de fluxo linfático em pacientes com lipedema.
Ressonância Magnética (RM)
A RM pode ajudar a diferenciar o lipedema do linfedema, mostrando uma camada aumentada de gordura subcutânea sem alterações na intensidade do sinal entre imagens ponderadas em T1 e T2.
Densitometria Óssea de Dupla Energia (DXA)
A DXA é útil para quantificar e distribuir massa gorda, magra e óssea, ajudando no diagnóstico e acompanhamento de pacientes com lipedema.
Tratamentos
Atualmente, não há tratamento etiológico para o lipedema. As abordagens terapêuticas visam reduzir os sintomas, melhorar as limitações funcionais e prevenir a progressão da doença. Os tratamentos podem ser divididos em:
Tratamento Conservador
Inclui a drenagem linfática manual (DLM), uso de roupas compressivas e exercícios físicos. Essas medidas podem aliviar sintomas como dor e sensação de peso, mas têm benefício limitado a longo prazo.
Lipoaspiração
A lipoaspiração é considerado o único tratamento que reduz o volume de tecido adiposo em lipedema de forma efetiva e pode prevenir a progressão da doença, porém sem tratamento clínico é possível que haja ressidiva. Técnicas como a lipoaspiração tumescente e a assistida por jato de água (WAL) são preferidas para minimizar danos aos vasos linfáticos.
Conclusão
O lipedema é uma condição complexa e subdiagnosticada que requer maior conscientização e pesquisa para melhorar o diagnóstico e tratamento. Diagnosticar precocemente e iniciar o tratamento adequado pode significativamente melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Perguntas e Respostas
- O que é lipedema? O lipedema é uma doença do tecido conjuntivo que resulta no acúmulo anormal de gordura subcutânea, principalmente nas pernas e, às vezes, nos braços, causando dor e sensibilidade.
- Quais são os sintomas do lipedema? Os sintomas incluem dor, sensibilidade ao toque, fácil formação de hematomas e edema que não responde à elevação dos membros ou perda de peso.
- O lipedema afeta homens? O lipedema afeta quase exclusivamente mulheres, sendo muito raro em homens.
- Como o lipedema é diagnosticado? O diagnóstico é feito com base no exame clínico e histórico médico, sendo essencial diferenciar de outras condições como linfedema e obesidade.
- Qual é a causa do lipedema? A causa exata do lipedema não é totalmente compreendida, mas fatores genéticos e hormonais desempenham um papel significativo.
- O lipedema pode ser tratado? Sim, o tratamento pode incluir terapias conservadoras como drenagem linfática manual, tratamento clínico, controle de comorbidades associadas, e, lipoaspiração.
- Qual a diferença entre lipedema e linfedema? O lipedema é caracterizado por acúmulo de gordura subcutânea, enquanto o linfedema envolve acúmulo de fluido devido à obstrução linfática. O lipedema é geralmente simétrico, enquanto o linfedema pode ser assimétrico.
- A lipossucção é eficaz no tratamento do lipedema? Sim, a lipossucção pode reduzir significativamente o volume de gordura e melhorar os sintomas do lipedema.
- Quais são as complicações do lipedema? As complicações podem incluir dor crônica, problemas de mobilidade e, em casos graves, desenvolvimento de linfedema secundário.
- O lipedema pode ser prevenido? Atualmente, não há métodos conhecidos para prevenir o lipedema, mas diagnóstico precoce e tratamento podem prevenir complicações.
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Referência: van la Parra RFD, Deconinck C, Pirson G, Servaes M, Fosseprez Ph. Lipedema: What we don’t know. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2023;84:302-312. doi:10.1016/j.bjps.2023.05.056.